
30 anos de luta pela classe trabalhadora
Em nome de todos que constroem diariamente a Central Sindical Brasil, é com orgulho que celebramos nossas três décadas de existência. Fundada em 1º de maio de 1994, nossa central surgiu em meio aos ventos de transformação que varriam o Brasil pós-Constituição de 1988. Naquele momento, entendemos que o movimento sindical precisava de uma voz renovada, firme e independente, que lutasse de maneira intransigente pelos direitos da classe trabalhadora.
Ao longo desses anos, enfrentamos inúmeros desafios: crises econômicas, reformas que atacaram direitos históricos e tentativas de enfraquecimento da organização dos trabalhadores. Mas em todos esses momentos, a Central Sindical Brasil manteve-se firme em sua missão de defender empregos, salários dignos e condições humanas de trabalho. Não nos curvamos ao retrocesso nem à política do medo.
Nossa trajetória é marcada por lutas emblemáticas, como a mobilização nacional contra a Reforma da Previdência em 2003, a Greve Geral de 2017 e o apoio às campanhas por valorização do salário mínimo e formalização do trabalho nas plataformas digitais. Não fizemos isso sozinhos. Contamos com a união de sindicatos combativos, lideranças comprometidas e, principalmente, com a confiança dos trabalhadores e trabalhadoras do nosso país.
Em 2024, celebramos 30 anos reafirmando nosso compromisso com a democracia, com a organização de base e com a formação política da classe trabalhadora. Entendemos que o mundo do trabalho passa por transformações profundas, com novas tecnologias e modelos de contratação que exigem respostas ousadas e criativas do sindicalismo. Estamos preparados para isso.
Sigamos em frente, companheiros e companheiras. A luta continua, e enquanto houver exploração, haverá resistência. A Central Sindical Brasil é, e sempre será, a casa dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil.
José Eduardo Ramos
Presidente Nacional da Central Sindical Brasil
História Fictícia da Central Sindical Brasil (CSB)
A Central Sindical Brasil (CSB) foi fundada oficialmente no Dia do Trabalhador de 1994, em um ato simbólico realizado na cidade de Campinas, interior de São Paulo. Surgia como uma resposta à fragmentação do movimento sindical no início dos anos 1990, um período marcado por recessão econômica, desemprego crescente e o impacto das políticas neoliberais implementadas no governo Collor e, posteriormente, Itamar Franco.
Inspirada na nova Constituição de 1988 — que garantiu liberdade sindical e ampliou os direitos sociais — a CSB nasceu com um projeto ousado: reconstruir a força coletiva da classe trabalhadora por meio da unificação de diversas entidades de base, principalmente de setores industriais, serviços urbanos e servidores públicos. Um dos primeiros atos foi apoiar a luta dos trabalhadores da indústria automobilística de São Bernardo do Campo em 1995, em uma greve histórica por reajuste salarial e redução da jornada de trabalho.
Nos anos iniciais, a CSB se destacou por sua atuação na campanha pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, lançada nacionalmente em 1996. Essa pauta unificou diversas categorias e fortaleceu a presença da central nas ruas e mesas de negociação. Ainda nesse período, a central estabeleceu núcleos de formação sindical com foco em juventude, mulheres e trabalhadores informais — um diferencial que logo a destacou entre as demais centrais.
Durante o governo Lula, iniciado em 2003, a Central Sindical Brasil atuou de forma crítica e propositiva. Defendeu o crescimento com distribuição de renda e combate à precarização, mas não hesitou em mobilizar sua base contra medidas que ameaçavam direitos, como a tentativa de reforma sindical que previa o fim da unicidade sindical. Em 2005, organizou um congresso nacional com mais de 4 mil delegados para discutir o futuro do trabalho no Brasil.
A década de 2010 foi marcada por novas batalhas. A CSB teve papel de destaque na Greve Geral de abril de 2017, contra a Reforma Trabalhista do governo Temer. Esse foi considerado o maior movimento grevista desde 1989, com adesão em massa de diversas categorias. Em 2018, a central lançou a campanha “Direitos Não Se Negociam”, denunciando os retrocessos e o avanço da informalidade, e defendeu a revogação de pontos da reforma que atingiram duramente os sindicatos e os trabalhadores.
Na pandemia de COVID-19, a Central foi uma das primeiras a pressionar o governo por medidas de proteção ao emprego e à saúde dos trabalhadores essenciais. Criou uma frente nacional de negociação com empresas e governos estaduais para garantir equipamentos de proteção e protocolos sanitários, além de distribuir cestas básicas e apoio jurídico aos trabalhadores informais.
Em 2022, lançou o projeto Trabalho Digno na Era Digital, voltado para o debate sobre plataformas digitais, inteligência artificial e o impacto das novas tecnologias no mundo do trabalho. Essa iniciativa levou à criação de um Observatório Sindical Digital e foi premiada internacionalmente por sua abordagem inovadora.
Com 30 anos de história em 2024, a Central Sindical Brasil contabiliza mais de 1.200 sindicatos filiados, atuação em todos os estados do país e presença ativa em conselhos e fóruns internacionais sobre trabalho decente e justiça social. Sua sede nacional, em Brasília, abriga também um centro de memória do sindicalismo brasileiro, com documentos históricos desde a Greve dos 300 mil em São Paulo, em 1917, considerada o marco inicial do movimento sindical no país.
Entre os marcos históricos que inspiram a Central estão:
1930: Criação do Ministério do Trabalho;
1943: Consolidação das Leis do Trabalho (CLT);
1964-1985: Período da Ditadura Militar e repressão sindical;
1978: Greves do ABC e surgimento do novo sindicalismo;
1988: Constituição Cidadã e nova fase de organização sindical;
1994: Fundação da Central Sindical Brasil;
2017: Greve Geral contra a Reforma Trabalhista;
2020: Mobilizações em defesa da saúde e renda na pandemia.
A história da Central Sindical Brasil é, portanto, uma extensão da própria história de luta da classe trabalhadora brasileira. Seus próximos passos serão guiados pelo mesmo compromisso que a fundou: unidade, combatividade e esperança.